quarta-feira, novembro 30, 2011

Profissionais da educação discutem Racismo Institucional


Coincidentemente com a temática da notícia no Portal da Seduc, estou finalizando trabalhos de conclusão dos Cursos PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA A DIVERSIDADE e GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS EM GÊNERO E RAÇA, dos quais participei por um período de aproximadamente dez meses na modalidade semi-presencial, através da Universidade Federal do Pará, com o objetivo de participar da implementação da Lei 10.639/03 nas Escolas nas quais ministro aulas de Sociologia e de Estudos Amazônicos. Creio que em todo o sistema educacional do Estado pouco ou nada há de concreto nessa direção.

Ao ler a notícia sobre o I Seminário de Racismo Institucional, realizado hoje em Belém, interroguei-me: como eu não soube disso se todos os dias acesso o Portal da Seduc? Será que enviaram os convites para as Escolas e não tomei conhecimento... mas ainda hoje estive em uma delas... O Seminário não seria indicado também aos professores que estão na sala-de-aula em disciplinas tais como Sociologia, História, Literatura, Língua Portuguesa, Arte, entre outras? Ou os convidados tornar-se-ão os multiplicadores?

Destaco a fala do professor que ministrou a palestra: “Temos que começar pelo professor porque é ele quem educa seus alunos. Se ele for trabalhado inicialmente, reproduzirá atitudes positivas”. 

Eis a notícia na íntegra:

No mês em que se celebra a Consciência Negra e no ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, a Coordenação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) promoveu o I Seminário de Racismo Institucional: ações afirmativas e direitos humanos na perspectiva da educação.

Dezenas de professores e técnicos em educação participaram da palestra ministrada pelo Prof. Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos, da Universidade de Brasília (UNB), que em uma conversa descontraída, abordou a temática sobre vários prismas.

O racismo institucional, também chamado de sistêmico ou estrutural, resulta de mecanismos discriminatórios que se reproduzem na sociedade transcendendo a esfera da ação individual. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) o racismo institucional não se expressa por atos manifestos, explícitos ou declarados de discriminação, orientados por motivos raciais, mas, ao contrário, atua de forma difusa no funcionamento cotidiano de instituições e organizações, que operam de forma diferenciada na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes grupos raciais.

Segundo o professor, o racismo é um problema histórico e que tem consequências devastadoras que refletem na vida de quem o sofre, por isso, deve ser “trabalhado” para ser evitado em qualquer ambiente social. “Citamos como exemplo a criança negra que é discriminada desde cedo na escola e se envergonha de ser como é e não tem forças para enfrentar a discriminação e lutar contra ela. Assim, acaba abandonando os estudos, interrompendo sua vida escolar. É triste, mas pesquisas apontam que crianças negras quase não chegam ao Ensino Médio e principalmente ao nível superior”, ressaltou .

Ele explica que para que este quadro seja modificado, é necessário investimento em capacitação para os professores, incluindo o fornecimento de material didático-pedagógico que esclareça a amplitude das consequências deste tipo de violência. “Temos que começar pelo professor porque é ele quem educa seus alunos. Se ele for trabalhado inicialmente, reproduzirá atitudes positivas”.

Ivair cita ainda, a importância de pessoas negras em âmbitos importantes da sociedade. “ É preciso que levem os professores negros, escritores negros, advogados negros, médicos negros e cientistas negros para dar palestras, seminários, oficinas, etc, para que sociedade possa ver que cor de pele não significa incapacidade”.

Segundo o coordenador da Copir, Amilton Sá Barretto, a coordenação ainda enfrenta problemas com relação ao racismo e por isso, a importância do tema ser amplamente discutido. “ Já tivemos que resolver casos de mães que não queriam que seus filhos tivessem aulas com professores negros”, destacou.

Para a professora Joana Machado, da Assessoria da Diversidade Etnico-Racial da Universidade Federal do Pará (Ufpa), o problema do racismo enfrentado até hoje se dá “em virtude, de no Brasil, o negro ser historicamente ruim, com sua história relacionada a escravidão”. “As pessoas não nascem racistas, aprendem a ser”.

De acordo com a professora, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o estado do Pará possui 72,4% de pessoas declaradas pretas e pardas e que o Brasil é o 2º país em número de população negra, perdendo somente para a Nigéria. “Como ser um país tão racista com estas estatísticas?”.

Texto: Fabianna Batista
Ascom/Seduc

Museu Vivo do Fandango


Entre as cinco melhores práticas de salvaguarda selecionadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) está o concurso de projetos do programa nacional de patrimônio imaterial do Brasil, o Museu Vivo do Fandango. Conheça:

http://www.museuvivodofandango.com.br/main/home.htm

Yaõkwa dos Enawene-Nawê entra na lista de prioridades da Unesco

Por Andreia Fanzeres
da Operação Amazônia Nativa, leia:

http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=395070

Unesco amplia lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade



PARIS — Trinta e cinco novos elementos de diversas partes do mundo, entre eles rituais, músicas e festejos do Brasil, México, Peru, Colômbia e Espanha foram inscritos na lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade pelo comitê intergovernamental da Unesco, reunido em Bali.
Dezenove integram a lista representativa do Patrimônio Cultural Imaterial, onze fazem parte da lista de Patrimônio Imaterial que requer medidas urgentes de salvaguarda e cinco foram acrescentados à lista de melhores práticas de salvaguarda, indicou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em um comunicado.
Entre os novos elementos inscritos na lista do Patrimônio Cultural Imaterial que requerem medidas urgentes de salvaguarda está "o Yaokwa", um ritual do povo da Amazônia brasileira Enawene Nawe destinado à manutenção da ordem social e cósmica, e o Eshuva, cantos rezados pelo povo indígena peruano Huachipaire.
Entre as cinco melhores práticas de salvaguarda selecionadas estão o concurso de projetos do programa nacional de patrimônio imaterial do Brasil, o Museu Vivo do Fandango, também no Brasil, e a revitalização dos saberes tradicionais da cal artesanal em Morón de la Frontera, na Andaluzia, sul da Espanha.
Entre os novos elementos inscritos na Lista Representativa figuram os conhecimentos tradicionais dos xamãs indígenas de Yuruparí (Colômbia), o mariachi, música típica do México com instrumentos de corda, canto e trombeta; e a peregrinação ao santuário do Senhor de Qoyllurit'i (Peru).
Também foram admitidos a esta lista a festa da "Mare de Déu de la Salut" de Algemesí (Espanha) e o fado, canto popular urbano de Portugal.
A próxima reunião do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial irá ocorrer na ilha de Granada em 2012.
O Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial é composto por 24 Estados membros da Unesco. Seus membros são eleitos por um mandato de quatro anos. O mandato da metade dos membros se renova a cada dois anos.Unesco amplia lista de Patrimônio Imaterial da Humanidade.

Brasil: um país negro e mulato

Opinião

Por Raquel Rolnik no link

segunda-feira, novembro 28, 2011

Prise/Prosel 2012 UEPA - 2ª etapa

NÃO:Contra a divisão que criará estados miseráveis

SIM: a favor da divisão por Carajás

O Estado do Pará: separatismo

Leia a opinião do Prof. Alex Fiuza de Melo, intitulada O tamanho do Pará:



Prise/Prosel 2012/UEPA

sábado, novembro 26, 2011

Prise/Prosel 2012

Desejo excelente desempenho a todos/as que amanhã iniciarão as provas na Universidade Estadual do Pará.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Cartão de inscrição do PS 2012/UFPA

Já está disponível no endereço:

Livros didáticos: Cultura e História africanas chegam às escolas públicas


As escolas públicas vão receber no ano letivo de 2012 livros didáticos sobre a história e a cultura africana e afro-brasileira.  Serão distribuídas obras para alunos da educação infantil ao ensino médio. A proposta dessa iniciativa é proporcionar aos alunos a compreensão do desenvolvimento histórico dos povos africanos e de sua relação com outros povos, a partir de uma visão objetiva do continente africano.   


O material tem como referência os oitos volumes da coleção História Geral da África. Editada em português graças à parceria entre a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e o Ministério da Educação, a obra completa foi enviada às bibliotecas públicas em 2011. As escolas receberão também dois livros síntese da obra completa da História Geral da África, com conteúdos relacionados à história, cultura, economia, política e arte.  



“Temos ainda no Brasil a cultura do embranquecimento da população e a negação de toda uma cultura afro-descendente que também construiu este país”, ressalta Viviane Fernandes Faria, diretora de políticas para educação no campo e diversidade do MEC. 



A inclusão da temática história e cultura afro-brasileira no currículo da educação básica das escolas públicas e particulares está prevista na Lei 10.639, de 2003.  Além da história da África e dos africanos, o conteúdo deve incluir a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.  



Segundo a diretora, ainda existe uma grande diferença de escolaridade entre as pessoas, com mais de 15 anos, entre a população negra e os não negros. A escolaridade é de 8,4 anos de estudo entre os não negros e 6,6 anos entre os negros. “Só que apesar dessa diferença, o avanço na escolaridade dos negros tem sido mais rápido em relação à dos não negros. Enquanto que de 2004 a 2009 houve crescimento de 9% em anos de estudo entre os não negros, entre os negros foi de 14,5%”, compara.



No entanto, Viviane Faria comenta que o Brasil ainda tem uma dívida social com os afro-descendentes. “Se o analfabetismo é maior entre os negros e os maiores índices de pobreza estão entre os não brancos, vamos ver claramente que a pobreza e as dificuldades salariais e de acesso à universidade têm cor no Brasil. E essa cor é negra. Então precisamos, sim, enfrentar esse racismo na escola e na sociedade”, afirma. 



Rovênia Amorim

no Portal do MEC

terça-feira, novembro 22, 2011

Processo seletivo 2012/UFPA

O CEPS - Centro de Processos Seletivos da Universidade Federal do Pará divulga a demanda por curso para  o Processo seletivo 2012. 

Leia aqui.

domingo, novembro 20, 2011

Em 10 anos de cotas no RJ, apenas metade das vagas são ocupadas

Negros, pardos, estudantes oriundos da rede pública e pessoas com deficiência viram suas chances de chegar ao ensino superior aumentarem no ano de 2001. A lei 3.708/01, implementada no Estado do Rio de Janeiro, foi a primeira a assegurar 40% das vagas a estudantes afrodescendentes e pobres nas universidades estaduais. Dez anos depois, apenas metade das vagas são preenchidas.

Continue lendo no Terra.

Crianças negras atrasadas na escola são o dobro das brancas

O percentual de crianças negras de 7 a 14 anos que estão mais de dois anos atrasadas na escola é o dobro do registrado entre as brancas. Enquanto 16,7% dos alunos negros estão nessa situação, entre os brancos, o índice é de apenas 8%. Os dados compilados pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) são referentes a 2009 e reforçam a tese de que as desigualdades entre negros e brancos se repetem no ambiente escolar.

Continue lendo no Terra.

terça-feira, novembro 15, 2011

15 de novembro de 1889


A Proclamação da República Brasileira foi movimento político ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil. O movimento derrubou a monarquia constitucional parlamentarista do Império e, por conseguinte, colocou fim à soberania do imperador Pedro 2º. A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país.Foi instituído, naquele mesmo dia, um governo provisório republicano. 

Fonte: http://portal.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=343696

Paraenses são personagens de destaque na República
O militar e político paraense Serzedelo Correa, por exemplo, foi encarregado de comunicar ao próprio imperador dom Pedro II que a República havia sido proclamada. Ao lado do marechal Deodoro de Mendonça estava o também militar e político paraense Lauro Sodré, que aparece, inclusive, ao lado dele no famoso quadro que retrata aquele momento histórico.

Justo Chermont, outro político paraense, também teve participação decisiva no movimento republicano e foi ministro dos Negócios Estrangeiros (hoje Relações Exteriores) de Deodoro de Mendonça, em 1891. “Os paraenses tiveram participação efetiva e decisiva”, afirma o professor Allan Watrin, 37, doutorando em História pela UFPA.
Serzedelo Correa e Lauro Sodré estudaram na famosa Academia Militar da Praia Vermelha, junto com Benjamim Constant, que foi o grande líder do movimento positivista dentro do Exército Brasileiro. Descontentes com o tratamento dispensado pelo imperador a eles, os militares acabaram promovendo o que muitos historiadores consideram um golpe militar e proclamado a República com o intuito de promover mudanças e modernizar o país, segundo Watrin.

sábado, novembro 12, 2011

Entrevista: Quem vai pagar a conta dos novos Estados



Roberto Corrêa

por Rosyane Rodrigues / Novembro 2011
foto Alexandre Moraes

No próximo dia 11 de dezembro, os paraenses estão convidados a decidir se querem dividir o Estado em três. O novo Pará teria 17% do território de 1.247.689 quilômetros quadrados, Carajás, ao sul do Estado, ficaria com 35%, e Tapajós, localizado a oeste, com 58%. Os debates estão ocorrendo desde agosto e devem se intensificar com o início da propaganda eleitoral gratuita.
Alguns especialistas dizem que não há viabilidade econômica ou social para a criação dos dois novos Estados. Para discutir o assunto, o Jornal Beira do Rio entrevistou o professor Roberto Corrêa, da Faculdade de Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFPA. De acordo com o professor, o movimento separatista mistura casuísmo político com um sentimento "divisionista".
Beira do Rio – De vez em quando, nós somos surpreendidos por uma onda de movimentos separatistas. Neste momento, eles estão novamente rondando a cena política do País. Isso se deve a quê?
Roberto Corrêa – Na especulação que eu faço, em alguns casos, existem pressupostos de legitimação. Em outros, são delírios federativos, que em vez de buscar em o aperfeiçoamento da administração pública, buscam tirar mais vantagens de inspiração casuísticas. Então, se nós tomarmos, como metáfora, a designação de "terremotos federativos" e chegarmos ao absurdo de querer criar mais 23 unidades federativas, do Rio Grande do Sul até Amazônia, estaremos criando espaços artificiais de poder. Logicamente que isso tem um custo e nós já respondemos por uma das administrações públicas mais caras do mundo segundo a Transparência Internacional e o Banco Mundial. Em termos absolutos, talvez percamos para os Estados Unidos, mas em termos reativos, como proporção do PIB, acho que estamos à frente de todos, por causa dessa maneira de encarar o público como se fosse privado.

Beira do Rio – No caso do Pará, o senhor considera esse movimento genuinamente popular ou ele está sendo orquestrado por aqueles que podemos chamar de "caciques da política local"?
Roberto Corrêa – Um pouco das duas coisas. Ninguém inventa uma mobilização como essa se não houver, no plano territorial, variáveis e parâmetros, ou mesmo sentimentos "divisionistas". No Tapajós, esse sentimento vem da época do Império, da Colônia, depois atravessa a República, mas era um pleito muito amortecido. Vejo o Tapajós como uma extensão da cultura paraense. Talvez não seja exagero dizer que Belém tornou-se uma cidade cosmopolita, enquanto Santarém continua sendo aquilo que nós chamaríamos de capital espiritual do Pará. No Tapajós, nós falamos a mesma língua, as pessoas dançam as mesmas músicas, fazem as mesmas comidas, têm os mesmos nomes de família. Se verificarmos o número de telefonemas e correspondências, eles são direcionados para Belém. Em Carajás, é diferente, eles remetem para Goiás, Minas Gerais, São Paulo e para a Região Nordeste. Isso mostra que há uma territorialização diferenciada, que cria espaço para o casuísmo político. No final das contas, o casuísmo é do político, mas o cidadão mais desinformado, principalmente aquele de baixa renda, vai acreditar que esta é a solução, quando não é. Estudos feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a partir da econometria, mostram que a separação vai penalizar os três novos Estados, tanto o Pará remanescente  quanto o Carajás e o Tapajós, que já nascem deficitários. O custeio da máquina pública e de toda a infraestrutura que precisa ser criada vai penalizar o contribuinte. Esse tipo de acontecimento poderá ser a sirene de atração de novas ondas migratórias, com danos ao meio ambiente, entre outros problemas.

Beira do Rio – Nós estaremos distribuindo a riqueza, como diz o discurso político de campanha ou, na verdade, estaremos dividindo a miséria?
Roberto Corrêa – É uma divisão da miséria. E para o Pará remanescente, as perdas serão brutais, pois ele ficará com cerca de 70% da população e perderá uma boa parte do seu PIB. Estudos detalhados feitos pelo IPEA e pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) mostram o que pode ocorrer.

Beira do Rio – Quer dizer, você permanece com quase a mesma população e perde aquilo que gera renda....
Roberto Corrêa – A renda per capita, que é um indicador de relatividade de riqueza, vai cair e aumentará a ferocidade tributária, pois quem vai arcar com o custo? O contribuinte, sobretudo, aqueles que podem pagar. Não se pode comparar com o que aconteceu com o Tocantins, porque, naquela época, foram criadas fontes de financiamento para cobrir o déficit do Estado recém-criado. Hoje, a conta será distribuída entre nós, que pagamos os impostos, entre os funcionários públicos, que irão receber salários atrasados e ficarão sujeitos à exoneração, dada por adaptação de receita ao novo custo administrativo. Esse é um aspecto que não está sendo evidenciado e poderá causar surpresa, principalmente, para o pobre, alvo das propagandas falaciosas.

Beira do Rio – Há algum ponto positivo nessa ideia da separação?
Roberto Corrêa – O marco positivo disso é o cenário previsto para o dia seguinte ao plebiscito. Nós temos que nos fortalecer a partir da eficácia da administração pública. A única maneira de nós nos tornarmos mais eficazes é reduzindo custos administrativos, efetivando políticas publicas compatíveis com as demandas de educação, saúde e meio ambiente, alcançando os objetivos do ponto de vista qualitativo. Nós não queremos apenas ter número de crianças alfabetizadas, queremos ter crianças eficazmente alfabetizadas. O day after levará o governador a chamar os representantes e a sociedade civil para discutir a melhor forma de dar um choque de gestão, no qual as demandas regionais sejam contempladas pela ação do Estado.

Beira do Rio – Um dos argumentos dos separatistas é o aumento da representatividade no Congresso Nacional. Isso é uma falácia?
Roberto Corrêa – Aumentaria o número de representantes, mas as divisões provocadas pelo processo apodreceriam as bases. Essa unidade pode ser muito maior se tivermos uma economia forte, com melhores indicadores sociais. Isso não se melhora gastando o dinheiro público nem aumentando o número de deputados e senadores. Se fosse assim, o Nordeste não teria problemas. Precisamos é de uma análise criteriosa dos custos e benefícios dessa "armadilha ingênua", como tem dito o deputado Arnaldo Jordy.
















quarta-feira, novembro 09, 2011

Pesquisa: professores estão excluídos do debate sobre educação




Os professores estão fora do debate público sobre a educação e suas vozes não estão presentes nas coberturas jornalísticas da América Latina, segundo pesquisa do Observatório da Educação feita em 18 jornais do continente. Foram analisadas mais de 1,2 mil reportagens de maio a julho deste ano. As matérias indicam que as políticas públicas implantadas, os novos temas, disciplinas e materiais para as aulas são modificados sem que os professores sejam consultados sobre a política educacional.
"O professor é sempre um personagem e nunca uma fonte para balizar a política pública. E a má qualidade do ensino é sempre atribuída a eles. Estão sendo responsabilizados, mas não têm seu direito de resposta", disse Fernanda Campagnucci, editora do Observatório da Educação, que participou do lançamento da Rede pela Valorização dos Docentes Latino-Americanos, nesta quarta-feira na capital paulista.
Segundo Fernanda, a análise indicou que entre os temas mais comentados nos jornais estão a qualidade, seguida dos sistemas de avaliação, problemas de infraestrutura e violência nas escolas. Depois aparece a questão das tecnologias de informação na educação. "Nesse caso, dependendo do enfoque, entra em conflito com o docente, porque tem problemas de informação e uma ideia de que o aluno não precisa do professor para aprender porque consegue aprender sozinho com o computador". Outro problema destacado nas reportagens analisadas são as greves e paralisações.
A vice-presidente da Internacional de Educação da América Latina, Fátima Aparecida Silva, disse que no geral a categoria dos professores é composta principalmente por mulheres, que chegam a ser 80% no ensino infantil e médio, enquanto no superior há mais homens. Além disso, apontou que os professores estão envelhecendo ao redor do mundo, já que a média de idade é de 45 anos. "A profissão não atrai mais gente jovem. Nos últimos dez anos, os mais novos ficam cerca de quatro anos dando aula até encontrar outra ocupação melhor."
A ausência de formação é presente em todos os países, assim como a fata de um processo de negociação que traga valorização para a profissão, com diferenças entre a zona rural e urbana, tanto na formação quanto na remuneração. "Quando conversamos com os professores que vivem o dia a dia da aula, percebemos que eles reclamam ainda do número excessivo de alunos em sala de aula e da falta de participação nas políticas públicas, além da ausência de plano de carreira e do ressentimento por serem culpados pela má qualidade educacional."
A coordenadora do Comitê Diretivo da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), Camila Croso, disse que tem notado a tendência de desvalorização dos trabalhadores da educação, além do desprestígio e do processo de culpabilização e criminalização. "São tendências muito preocupantes, mas há também processos de resistência a tais tendências. Mas se sobressai o conjunto desvalorização, desprestígio e criminalização."
Ela destacou ainda a tendência à privatização por meio de parcerias público-privadas, que aponta para outro lado, procurando ser atrativa. Disse também que há um marcante discurso sobre resultados na aprendizagem que não avalia os rumos da educação, mas dentro do foco de escola como fábrica de seres homogêneos montados para o mercado de trabalho.
"Esse sistema de ranqueamento é preocupante porque o resultado é medido sobre o quê? Aí voltamos ao ponto de partida que é perguntar para que serve a educação. Toda análise parte do aluno homogêneo que tem que responder ao mercado de trabalho", assinalou Camila.
Ela também reforçou que há uma criminalização de professores e até dos alunos. "Há uma perda de noção do coletivo, porque há ataque aos sindicatos. Assim individualiza os professores e coloca o sistema de avaliação com prêmio e castigo. Desvaloriza o professor, porque leva a política de ensinar para o teste, para ir bem na prova. Adapta o currículo, se articula como o não protagonista do fazer pedagógico." Guillermo Williamson, da Universidad de La Frontera, do Chile, disse que em seu país a educação apresenta cifras de desigualdade e que não há gratuidade para o ensino. Lá, as universidades são pagas ou se têm bolsas de estudo para os pobres. "No Chile, 40% dos jovens podem ir à Universidade, mas se a família tem dois filhos precisa escolher qual deles pode ir ter o ensino superior."
Segundo ele, assim como no Brasil, os jovens estão desistindo de ser professores por conta da precarização do ensino. "Temos que trabalhar fortemente na educação pública estatal e podemos buscar a gestão social com cooperativas mistas com o Estado". Para ele é preciso retomar a função do professor, que em sua avaliação é ensinar os alunos e ser um mestre. Além disso ele destacou que é preciso que o professor recupere sua autoridade em sala de aula.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Proposta estabelece competência exclusiva para ensinar Sociologia

A Câmara analisa o Projeto de Lei 1446/11, do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que estabelece a competência exclusiva para o ensino da Sociologia aos licenciados em Sociologia, Sociologia Política ou Ciências Sociais. A proposta altera a Lei 6.888/80, que dispõe sobre a profissão de sociólogo.


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domingo, novembro 06, 2011

Justiça decide anular só as 13 questões da prova do colégio de Fortaleza


O desembargador federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, acolheu o recurso da Advocacia Geral da União (AGU), em nome do Ministério da Educação...




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