Começa nesta sexta-feira (26) a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, que
será realizada até o dia 05 de maio no Hangar Centro de Convenções, em Belém.
Este ano, a feira irá homenagear a cultura do Pará e a obra do poeta
Ruy Paranatinga Barata, trazendo também uma série de autores de todo o
país, encontros literários, shows e atrações culturais gratuitas.
Em sua 17ª Edição, a feira apresentou duas mudanças significativas:
agora o evento será realizado no primeiro semestre, e a cultura
homenageada - que tradicionalmente representava um país convidado - será
a paraense, representada através da poesia de Ruy Barata e dos ritmos
da região.
De acordo com o secretário de cultura Paulo Chaves, a mudança é para
corrigir uma dívida histórica. “Estamos resgatando uma dívida de muitos
anos homenageando países mundo afora e esquecendo de homenagear o nosso
como sentimento, pelo seu tamanho, riquezas e diversidade cultural”,
afirma. “Daqui [do Pará] saiu um dos maiores poetas de todos os tempos, o
inesquecível Paranatinga, autor dessa frase histórica, ‘eu sou de um
país que se chama Pará’”, lembra Chaves.
Segundo a doutora em letras Amarílis Tupiassú, a Feira do Livro já é o
terceiro maior evento do gênero realizado em todo o país. "É um evento
que já faz parte da expectativa do Pará e de pessoas de fora. A Feira
recebe muitos pedidos de autores que querem lançar suas obras, de
escritores que querem ser palestrantes, enfim, de pessoas de toda a
região norte. Além disso, estados que estão iniciando seus eventos
literários também participam para trocar experiências, fazendo
discussões conjuntas", avalia.
Segundo Tupiassú, os efeitos a longo prazo deste tipo de festa
literária são o aumento do interesse da população pelos livros. "O que
se observa é que a feira eleva muito o gosto pelo estudo e pelo consumo
da literatura da Amazônia. As pessoas que participam e até os escritores
gostam de ser convidados. O Ariano Suassuna é um exemplo, queria sempre
participar. Já vieram nomes de grande relevo da literatura nacional,
como o Luís Fernando Veríssimo em 2012", recorda.
Para a professora, o formato deste ano acertou ao homenagear a obra de
Ruy Barata. "Ele é um compositor e poeta reconhecido pela qualidade do
seu texto, é uma figura central", comenta Amarilis, que acredita que
eventos como a Feira ajudam a debater assuntos importantes para o
cenário regional. "A Feira é um ponto de agregação em torno da
literatura, da palavra, e um estímulo para que se repensem as políticas
culturais ligadas aos autores amazônicos".
Programação
Ao longo de 10 dias, a feira irá oferecer um grande leque de atividades
como palestras, mesas redondas, sessões de autógrafos, oficinas,
debates, seminários e shows. Grandes nomes da literatura nacional, como
os escritores Ignácio de Loyola Brandão e o quadrinista Ziraldo também
irão participar da feira: Brandão se junta à tony Bellotto, Cristóvão
Tezza, Guilherme Fiúza, Tiago Santana e José Castello no "Encontro
Literário", enquanto Ziraldo participa da palestra "Ler é mais
importante que estudar", que terminará com uma sessão de autógrafos.
Serviço: O horário de funcionamento da XVII Feira
Pan-Amazônica do Livro é de 10h às 22h, com entrada gratuita para todos
os eventos. Para ver a programação completa, acesse o site da feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário