sexta-feira, abril 26, 2013

"Eu sou de um país que se chama Pará"

Começa nesta sexta-feira (26) a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro, que será realizada até o dia 05 de maio no Hangar Centro de Convenções, em Belém. Este ano, a feira irá homenagear a cultura do Pará e a obra do poeta Ruy Paranatinga Barata, trazendo também uma série de autores de todo o país, encontros literários, shows e atrações culturais gratuitas.

Em sua 17ª Edição, a feira apresentou duas mudanças significativas: agora o evento será realizado no primeiro semestre, e a cultura homenageada - que tradicionalmente representava um país convidado - será a paraense, representada através da poesia de Ruy Barata e dos ritmos da região.

De acordo com o secretário de cultura Paulo Chaves, a mudança é para corrigir uma dívida histórica. “Estamos resgatando uma dívida de muitos anos homenageando países mundo afora e esquecendo de homenagear o nosso como sentimento, pelo seu tamanho, riquezas e diversidade cultural”, afirma. “Daqui [do Pará] saiu um dos maiores poetas de todos os tempos, o inesquecível Paranatinga, autor dessa frase histórica, ‘eu sou de um país que se chama Pará’”, lembra Chaves.


Segundo a doutora em letras Amarílis Tupiassú, a Feira do Livro já é o terceiro maior evento do gênero realizado em todo o país. "É um evento que já faz parte da expectativa do Pará e de pessoas de fora. A Feira recebe muitos pedidos de autores que querem lançar suas obras, de escritores que querem ser palestrantes, enfim, de pessoas de toda a região norte. Além disso, estados que estão iniciando seus eventos literários também participam para trocar experiências, fazendo discussões conjuntas", avalia.

Segundo Tupiassú, os efeitos a longo prazo deste tipo de festa literária são o aumento do interesse da população pelos livros. "O que se observa é que a feira eleva muito o gosto pelo estudo e pelo consumo da literatura da Amazônia. As pessoas que participam e até os escritores gostam de ser convidados. O Ariano Suassuna é um exemplo, queria sempre participar. Já vieram nomes de grande relevo da literatura nacional, como o Luís Fernando Veríssimo em 2012", recorda.

Para a professora, o formato deste ano acertou ao homenagear a obra de Ruy Barata. "Ele é um compositor e poeta reconhecido pela qualidade do seu texto, é uma figura central", comenta Amarilis, que acredita que eventos como a Feira ajudam a debater assuntos importantes para o cenário regional. "A Feira é um ponto de agregação em torno da literatura, da palavra, e um estímulo para que se repensem as políticas culturais ligadas aos autores amazônicos".
 
Programação
 
Ao longo de 10 dias, a feira irá oferecer um grande leque de atividades como palestras, mesas redondas, sessões de autógrafos, oficinas, debates, seminários e shows. Grandes nomes da literatura nacional, como os escritores Ignácio de Loyola Brandão e o quadrinista Ziraldo também irão participar da feira: Brandão se junta à tony Bellotto, Cristóvão Tezza, Guilherme Fiúza, Tiago Santana e José Castello no "Encontro Literário", enquanto Ziraldo participa da palestra "Ler é mais importante que estudar", que terminará com uma sessão de autógrafos.
 
Serviço: O horário de funcionamento da XVII Feira Pan-Amazônica do Livro é de 10h às 22h, com entrada gratuita para todos os eventos. Para ver a programação completa, acesse o site da feira.

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