Eventos climáticos poderão expulsar até 1 bi de pessoas de casa nos próximos 40 anos
O número de pessoas afetadas por catástrofes naturais, mais do que duplicou, nos últimos anos, em todo o mundo. Um estudo da Organização Internacional para as Migrações, lançado no segundo dia da conferência sobre mudanças climáticas, em Copenhague, estima que entre 25 milhões e 1 bilhão de pessoas poderão ser expulsas de suas casas durante as próximas quatro décadas, mas apenas parte desses ‘refugiados do clima' seriam capazes de deixar os seus países devido à falta de meios e capacidade de viajar para lugares mais ricos.
"Em geral, os países esperam para gerir a migração, com exceção dos pequenos países insulares", afirma o relatório. Os países com maior potencial futuro para a migração internacional são, entre outros, Afeganistão, Bangladesh, a maioria da América Central, Oeste Africano e vários países do Sudeste Asiático. Estes países têm altas taxas de emigração, enfrentam desafios socioeconômicos, e cujas experiências climáticas significativas prenunciam início lento de desastres relacionados que terão impacto sobre questões como segurança alimentar.
O estudo ressalta que a falta de dados sobre migrações e alterações climáticas e degradação ambiental são obstáculos para o planejamento futuro. Cerca de 20 relatores especiais das Nações Unidas afirmaram, antes da conferência, que ali seriam discutidos também direitos humanos. "Um resultado frágil nas negociações sobre a mudança climática seria uma séria ameaça aos direitos humanos", diz o texto dos relatores. "O aumento do nível do mar, o aumento da temperatura do oceano e os eventos meteorológicos extremos têm e seguirão tendo envolvimento direto e indireto nos direitos humanos", acrescentou o documento.
Os analistas pediram aos participantes da cúpula de Copenhague para que seja alcançado um acordo para prevenir mais alterações, proteger os indivíduos já afetados pela mudança climática e adotar planos de adaptação e redução que levem em consideração à legislação internacional sobre os direitos humanos.
Fonte: http://www.portalodm.com.br
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