Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas
No momento em que o mundo atravessa a crise econômica mais grave dos últimos tempos, precisamos encontrar meios mais eficazes para continuar avançando rumo à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para isso, não há melhor caminho do que aquele sugerido pelo tema deste ano do Dia Mundial da População: “Investir em mulheres e meninas”.
Com a redução dos orçamentos, a crise ameaça apagar os progressos alcançados no âmbito da melhoria da educação e da luta contra a pobreza. Quando a renda das famílias diminui, são as meninas que correm o maior risco de terem que abandonar a escola. Quando os lucros diminuem, são as mulheres que correm o maior risco de perderem seus empregos e suas fontes de renda. Quando os sistemas de saúde se restringem, são as mulheres que correm o risco de darem à luz sem terem a disposição serviços que podem salvar suas vidas. Antes da crise, uma mulher morria a cada minuto devido a complicações da gravidez e do parto, quase sempre em países em desenvolvimento, onde a crise agravou a pobreza da população feminina.
O investimento na educação das meninas produz benefícios bem conhecidos. Quando elas são instruídas, têm mais possibilidades de ganharem salários mais elevados e de terem melhores empregos, além de terem menos filhos, porém mais saudáveis, e de darem à luz em condições mais favoráveis.
O investimento na saúde das mulheres, em especial na sua saúde reprodutiva, não só pode salvar a vida de um milhão de mães como permitir um aumento da produtividade na ordem dos 15 bilhões de dólares por ano. Neste décimo quinto aniversário da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, precisamos redobrar os esforços para assegurar o acesso universal à saúde reprodutiva, até 2015.
No Dia Mundial da População, peço aos responsáveis pela tomada de decisões que protejam a capacidade das mulheres no que diz respeito à geração de renda, à permanência de suas filhas na escola e ao acesso a informações e serviços de saúde reprodutiva, como o planejamento familiar voluntário. Vamos promover, juntos, os direitos das mulheres e das meninas para que possamos capacitá-las como membros altamente produtivos da sociedade, capazes de contribuírem para a recuperação e para o crescimento econômicos. É o melhor investimento que podemos fazer.
in http://www.unfpa.org.br
Meu comentário: Esse tema está relacionado com o fato de "cuidar" inerente à maternidade? É óbvio que o texto deixa claro o objetivo de garantir os direitos da mulher, mas, seria uma questão de gênero? Cabe uma boa discussão.
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